terça-feira, 23 de dezembro de 2008

''Com o coração explodindo em flores ganhei a rua. Eu dançava em um ritmo de primavera e via as cores do sol abrindo as janelas, as portas e as grades de aços. Esses braços de luz abraçavam as pessoas e então viam-se armas e mentiras abandonadas nas lixeiras. Um novo exército com voz doce de nova melodia marchava com força que desprende cadeias e com olhos que desmachavam egoísmo, inveja e orgulho-cego. E os passos daqueles, faziam rosas, margaridas, tulipas e flores-do-campo nasceram do asfalto quente. Não tinha quem se segurasse, inimigos se abraçavam, famílias riam altos e esqueciam diferenças, casais dançavam e alegria era uma música nos lábios dos jovens, velhos e crianças. O amor pulsava nas veias e nos olhares transparentes. A paz corria pelas casas e fazia a vida ser incrivelmente elevada e irrisistivelmente fascinante. Se existia a fome, era por justiça, e se existia sede, era pela verdade. Uma chuva com gosto de juventude molhava os rostos dos justos e injustos, e finalmente todos eram iguais. O medo se encontrava ausente. E como em um coro que progressivamente crescia derrubando paredes frias de preconceitos nos corações sussurravam atos de bondade que coloriam as ruas...''

Um comentário:

  1. É o tipo de coisa que te deixa leve e aflora o restinho de confiança que temos na humanidade.. :]

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