sábado, 12 de novembro de 2016

Quem quer precisa sempre correr atrás?

Você tem uma mania estranha de querer tudo e todas, de tentar se curar machucando os outros e de brincar de se arrepender. Não é justo que eu precise de alguém que precise de outras. Cansei das lágrimas, de ser a única a se esforçar pra manter algum tipo de relação. Cansei de demonstrar interesse, cansei de viver numa via de mão única. Cansei de te ver me levando na porta e me deixando com a sensação de que eu não vou voltar. Cansei de dormir ao seu lado e acordar com medo de ser a última vez. Cansei de ouvir suas desculpas e de fingir acreditar. Cansei de me esforçar para sustentar uma conversa, cansei de fazer planos bobos com você. Cansei de me embolar no seu abraço e te pedir pra não soltar. Cansei de te mimar, de me preocupar com você, de me doar por inteira enquanto você não me dá nem metade. Cansei de me maltratar insistindo na gente.

Hoje, eu percebo que não se pode esperar do outro aquilo que ele não pode dar.
E o medo da perda? Bom, não dá pra perder aquilo que nunca se teve. E eu nunca tive você.
Eu queria que você fosse tudo, mas você optou por ser nada. 

A gente tem costume de bater cabeça onde não tem que bater. A gente tem mania de se afundar em pessoas rasas. A vida passa depressa, e não temos tempo a perder. Por muitas vezes começamos a aceitar o mínimo de carinho de quem gostamos, porque, afinal, ter alguma coisinha é melhor que não ter nada. E é nesse momento que tudo se desmorona. Além de não termos o amor do outro, ficamos sem o amor mais importante: o próprio.

Por muitas vezes ouvimos que "quem quer, corre atrás". Pois bem, por um lado, sim. Quem quer, corre atrás. Não tem tempo ruim, não tem agenda cheia, não tem esquecimento e nem cansaço. Mas... E se a pessoa que você corre atrás não te quiser? Se não existir reciprocidade nada disso fará sentido. O amor não tem que ser complicado, tem que ser agradável e gentil. Se não for pra ser leve, não vale a pena. Não vale a pena lutar por quem não tem luta por você. Não vale a pena lutar por quem prefere 30 corpos breves a 1 corpo pra vida toda (ou quase isso). Se não há reciprocidade não faz sentido.

Na real, em "quem quer corre atrás" o sujeito mais inteligente não é apenas aquele que não parou de tentar e sim aquele que também soube parar de insistir.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O erro e as frustrações existem porque criamos expectativas, e esperamos demais de pessoas que não tem como retribuir. A gente sente medo de perder. Mas... Como perder aquilo que nunca se teve?

sábado, 29 de outubro de 2016

Vamos falar de saudade? É difícil lidar com o fim. Difícil te ver pulando fora, saindo pela porta da frente. Difícil ter que conviver com você sem poder te tocar. Está sendo muito difícil te superar. Como faz pra largar o osso quando existe sentimento?

Já tentei me afastar, já pensei em tentar conhecer outros caras. Mas não consigo. Ninguém me empolga, me anima. Ninguém tem o papo legal, o humor idiota, o jeito desengonçado tão parecido com o meu... Quanto você. Saudade de me desenrolar no seu abraço, de segurar na sua mão pesada, de ter você comigo. Pra quem eu corro agora?

Entendo que acabamos. E já aceitei a condição. Mas é errado te querer, mesmo internamente? Entendo que existem pessoas que são destinadas a ficarem juntas. Não importa como. Bom, a gente? A gente não tá destinado.

Eu só posso escrever. As vezes bate aquela vontade de falar com você, mas sei que não posso. As vezes eu preciso conversar com alguém, mas não tem ninguém. Minhas amigas não querem saber mais. Todas as minhas conversas são interiorizadas, e me ouvir dói. As vezes eu choro, por mim, por nós. Eu me desmonto.

Você me magoou. Cada mulher que eu te vi ficando foi como um soco no estômago. E como pode? Como pode eu ainda querer tanto você? Nenhum rancor, nenhuma sensatez. Não é justo. É preciso recomeçar. É preciso desapegar. É preciso deixar você ir.

Chegou a hora de me permitir continuar, de aproveitar um novo amanhã.
É hora de parar de falar de saudade.




domingo, 15 de maio de 2016

''Sou assim, viciada em vícios. Um gosto bizarro e incontrolável por maus hábitos. Gosto de enlouquecer as vezes, seja sóbria ou bêbada - com certeza muito sóbria. Pareço uma chaleira fervendo o tempo todo que por vezes precisa apitar pro mundo baixar o fogo por algum tempo. Mas que sempre volta a ficar quente. Quente pra porra... Não consigo evitar, é a maneira que mais amo de viver minha vida. E não consigo deixar de olhar para as vidas chatas de pessoas mediocres, certinhas, que tentam o tempo todo não surtar pra serem aceitas. No meu bairro, no metrô, nas ruas, na televisão, até mesmo nas baladas onde vão sei lá porque, sentam num canto na hora que chegam e só levantam os rabos na hora de irem embora... No meu mapa de existência mundial elas estão marcadas com a cor cinza e representam as áreas idiotas e nada divertidas. E isso não tem a ver com ser bem louco, com encher a lata e tudo mais. Tenho amigos que nem cerveja tomam e que piram mais que qualquer alcoólatra que conheço. Tem a ver com o jeito que a gente encara a vida, saca? Fico pensando que essas pessoas chatas devem trepar só de luz apagada pra não olharem umas nos olhos das outras e apenas pela necessidade de cagar mais chatinhos no mundo pra cuidar de toda grana que enfiaram a vida toda no rabo de algum banqueiro chato e não tiveram a oportunidade de gastar aos 80 e poucos anos de idade. A maioria delas tem filhos “geminha mole”, sabe? Aqueles que moram na casa dos pais a vida toda e que aos 40 anos gritam do quarto pra mãe na cozinha “mãe faz o meu ovo com geminha mole por favor?” - Aí conhecem alguma decadente morfética qualquer no bingo da igreja, casam e levam também pra morar com os pais. E tem sempre uma pobre velhinha viciada em remédios e em limpeza que fica pensando onde que errou na vida pra ter gerado um hipopótamo míope e sem pernas e não uma pessoa que pelo menos vai até a padaria sozinha... E se a gente pergunta porque não vão viver suas porras de vidas respondem que não são bobos, que podem só ficar ali e esperar os velhos morrerem pra ficarem com a casa. É só olhar nos mercados, tem sempre um quarentão fazendo compras com alguma velhinha perdida... Bom, mas danem-se eles. O fato é que eu seria um suicida em potencial se acordasse e me visse preso nas áreas cinzas do planeta. Tá que eu não sou tudo o que queria ser, mas pelo menos não sou o que não queria. Já está melhor, ao meu ponto de vista. Sempre que sinto a chaleira ferver dou uns gritos, arranco a roupa, faço qualquer porra dessas e o vapor volta um pouco pra dentro. Por um tempo, é claro. Bom, já disse que sou uma criatura estranha né... No mínimo isso. Mas prefiro assim. Incomodo meus amigos a noite. Todos percebem quando estou com telefone em casa... Mas a escolha é deles. Geralmente minha fama chega antes de mim e todo mundo já sabe o que significa conviver comigo. Alguns vão embora, alguns voltam, ficam uns cinco minutos, lembram e estampam na cara uma vontade absurda de sair correndo gritando. Mas sempre tem um ou outro. E tenho aquele cara ,que acorda do meu lado, aprendeu a sobreviver a meus surtos e que deve ser um pouco mais maluco que eu pra estar comigo a tanto tempo.. Aí eu acordo as três da manhã, no quintal, abro uma cerveja (cerveja? que tal um toddynho?) e fico sentada escrevendo qualquer coisa esperando amanhecer, penso em todas essas coisas malucas que vivo, ignoro todos os comentários fétidos dos moralmente perfeitos e espero a vida passar, sem pressa, sem muitas perguntas.''